segunda-feira, abril 23, 2007

França: uma lição de democracia

Os abundantes comentadores nacionais e internacionais que se deliciam a anunciar a decadência da França tiveram ontem mais uma noite de tristeza.

Uma abstenção muito baixa para um país onde o voto não é obrigatório.
E uma enorme votação nos chamados candidatos institucionais, da esquerda e da direita.

Le Pen surge envelhecido. A extrema-esquerda não se assume como alternativa credível.

Parabéns aos candidatos da nova geração: Sarkozy, Bayrouth e Royal!

Vêm aí 15 dias de uma extraordinária campanha: sem os milhões de dólares das campanhas americanas. Sem o espectáculo degradante de análise da vida pessoal dos candidatos como é tradição em países anglo-saxónicos.

Com debate sério, aguerrido e sólido em torno de argumentos políticos, de escolhas económicas sociais e culturais, em que se testam as personalidades, e as capacidades de liderança da Sr.ª Royal e do Sr. Sarkozy.

Este tem a seu favor um eleitorado que parece mais virado para a direita, mais ajustado a uma França sempre desejosa do seu Napoleão.

Ontem houve uma grande ganhadora: a República Francesa!