domingo, setembro 28, 2008

Eleições na Áustria e na Baviera: a crise dos Partidos tradicionais

Na Baviera a CSU perde, pela primeira vez em mais de 50 anos, a maioria absoluta.

Mas não à custa de uma subida dos socialistas. Antes de uma maior votação numa lista de independentes e outra de liberais.

Na Áustria, o Partido Socialista (Social-Democrata) conserva o primeiro lugar.
Mas a grande lição destas eleições é a de que o eleitorado puniu aqueles que romperam a coligação governamental entre os social-democratas e os conservadores, designadamente o Partido Popular.
Contudo, a segunda e talvez mais eloquente dedução que podemos fazer é a de que o eleitorado procura, mais uma vez, os partidos não tradicionais.

Na Áustria refugiam-se na extrema-direita populista, nacionalista e xenófoba, que atinge perto de 30%, se juntarmos os votos dos dois partidos desta linha política.

As sondagens em Portugal indicam que a extrema-esquerda se aproxima dos 23%.

Estes dados significam que 1/3 do eleitorado está a entrar em ruptura com os partidos tradicionais: os socialistas e os conservadores.

Procuram alternativas, por vezes em "independentes", outras nos nacionalistas, outras vezes na extrema-esquerda.

É tempo de os partidos socialistas mudarem de rumo. Devem repensar as suas propostas e, sobretudo, a sua forma de fazer política.
É necessário que os partidos socialistas, por toda a Europa, voltem a ter verdadeiro contacto com as classes trabalhadoras, com as classes médias, com o aparelho produtivo, com as classes intelectuais, com as vanguardas culturais e com as redes de acção social.

Isso conduz-nos, mais uma vez, à discussão sobre a figura do "político".
É sabido que a deslocação para os palácios do poder da capital torna muitas pessoas distantes das suas origens e os fazem esquecer da missão para que foram eleitos ou designados.

Assim sendo, devem os partidos ter mecanismos de permante regeneração, de constante "intranquilidade", que conduzam a uma renovação das pessoas e dos processos.
Aqui vão duas propostas:
- limitação a dois mandatos do exercício de cargos no secretariado nacional, distrital e concelhio;
- entrega de declaração de interesses e rendimentos a um órgão de supervisão no Partido.

É tempo de os partidos tradicionais, sobretudo os socialistas, repensarem a sua política.

No mês em que o "capitalismo de casino" à la Reagan ruiu, as eleições na Baviera e na Áustria vieram mostrar que as pessoas confiam cada vez menos nos Conservadores e nos Populares.

Mas também não vieram inteiramente cair nos braços dos socialistas, nem sequer da esquerda.

Antes procuram alternativas mais ou menos nacionalistas ou folclóricas, mais ou menos conjunturais, mas que constituem, mais do que um sinal de alerta, um grito de revolta contra os políticos pequeninos que têm feito carreira na Europa.

sexta-feira, setembro 26, 2008

26 de Setembro: Obama vai à frente

Agora é a valer!
Faltam menos de 6 semanas para o dia das eleições nos EUA. Devemos olhar com atenção para as sondagens.

Obama tem uma margem confortável de 5% de vantagem.

Daqui a pouco começa o primeiro debate.
McCain vai jogando à defesa: tentou fugir à luta; as atenções já não estão na Geórgia e nos "perigos" da Rússia.
Os americanos olham para as suas casas esfumarem-se, os seus trabalhos a serem liquidados, os seus impostos a serem injectados nas mãos do mercado financeiro, os furacões e outros desastres naturais a evidenciarem a debilidade das infra-estruturas públicas.

Os americanos percebem que 8 anos de política republicana deixaram alguns (poucos) muito mais ricos, e muitos (centenas de milhões!) muito mais pobres.

O povo americano assiste (in)crédulo a uma candidata a Vice-Presidente - de um homem com 72 anos e que já defrontou vários cancros - a ser exorcizada... com o objectivo de atingir altos postos na política americana.
Atingimos o grau zero da exigência moral e cultural para desempenhar cargos de responsabilidade.

Estejamos atentos às sondagens, ao evoluir da campanha.
Os republicanos já mostraram ser capazes de tudo, de todos os jogos mais baixos e mesquinhos, inclusive a falsificação das eleições, como aconteceu na Florida, há 8 anos, com as desgraçadas consequências para todo o mundo que hoje testemunhamos.

Boa sorte Obama! Boa sorte América!

terça-feira, setembro 16, 2008

Mais uma grande Lição de Mário Soares

A minha admiração por Mário Soares só pode ir aumentando quanto mais leio os seus lúcidos textos.
A sua coluna no DN é uma lufada de cultura, visão recta e sabedoria.
A não perder!

quarta-feira, setembro 10, 2008

A Magia do Japão







Há algo de excepcional neste país.



Não sei se o tatami, se a água para nos purificarmos antes de visitar um Santuário Xintoísta.



Serão os Toyotas enormes que atravessam as ruelas estreitas?



Ou a maravilhosa comida que apresentam com um grande sorriso.






Este país e esta cultura, olimpicamente ignorados no nosso querido Portugal, foi aberto ao mundo por São Francisco Xavier, um missionário Jesuíta, ao serviço do Rei de Portugal.






Portugal é, pois, uma referência crucial na História do Japão e é respeitado e acarinhado por todos.
É pena que as nossas empresas não tentem aproximar-se deste mercado enorme e rico; que as nossas Universidades achem que o país do sol nascente é muito distante.


Sei que somos pequenos no tamanho. Apenas 10 milhões de almas: quase o mesmo que a pequena província de Aichi (onde me encontro, com a capital em Nagoya).
Mas teremos ou não espírito de aventureiros? Capacidade de ir mais além?


Se no século XVI aqui chegámos, porque não o fazemos agora?


Aqui vão algumas sugestões de produtos para exportar:


- vinho



- vinho do Porto



- azeite



- cortiça



- calçado e vestuário



- carros



- azulejos



- software



- livros



- obras plásticas


- pintura e design


- música moderna e música clássica
- artigos de luxo





E que tal:


- um voo directo por semana da TAP e um programa turístico apelativo para os 7 dias de férias dos "salarymen" e suas acompanhantes?

A tradicional Maiko de Kyoto


Iga, a terra dos Ninjas!




Ise: capital do Xintoísmo


O Palácio dourado (em Kyoto)


O Japão é um país em que o Imperador sempre foi mais uma figura simbólica e religiosa e o poder temporal exercido por "equipas" ou "grupos" e não por um líder.

O período dos "Shogun" é disso apenas um exemplo.

Kyoto


Visita à antiga capital do Japão.

Uma cidade com a magia de um Império nobre e distinto.