domingo, abril 29, 2007

Quando as maiorias se tornam minorias…

Há comunidades russas em muitas das antigas repúblicas soviéticas.
Antes parte da maioria russa do império soviético.
Agora pequenas e fragilizadas minorias em “terra alheia".

Por um lado, Moscovo poderá estar a promover uma política de desestabilização. Por outro lado, estes povos russófonos têm dificuldade em se integrar num país que recusa a língua russa e impõe a cultura original, seja na Estónia, seja na Ucrânia, no Quirguistao ou na Geórgia.
Mas, será que esses países têm respeitado o direito internacional de protecção das minorias? Haverá ensino em também em russo para as crianças russófonas? Serão os russófonos discriminados?
Terão estas gerações de russófonos que pagar os males que as gerações anteriores fizeram aos povos “colonizados”?

Uma alternativa à FRETILIN?

A FRETILIN tem um passado de luta contra a ocupação indonésia de que se pode orgulhar.

Governou o país com relativo (in)sucesso nos primeiros anos de democracia desta jovem nação. Optou por não fazer alianças. Arriscou governar sozinha.

É o partido hegemónico em Timor-Leste, sempre com mais de 60% dos votos.

Mas sente-se que uma parte importante da sociedade timorense busca uma referência alternativa. Assim se compreende a passagem de Ramos Horta à segunda volta das presidenciais.

Xanana Gusmão não abandona a vida política e apadrinha a formação de um novo Partido.

Um segundo Partido forte é sempre uma boa notícia em qualquer país!

sábado, abril 28, 2007

Moura vs. Balsemão

Pina Moura: ex-comunista, ex-Ministro, ex-Cardeal. Professor universitário, gestor, militante do PS. Gestor de comunicação social.

Balsemão: filho de empresário da comunicação social, ex-Primeiro-Ministro. Fundador do PSD. Empresário da comunicação social.

O que os distingue?

A origem social?

O percurso profissional?

Ou, simplesmente, o facto de o centro-esquerda começar a assumir capacidade de Poder?

Coimbra é notícia!

Continuam as dúvidas relativamente ao tratamento de resíduos industriais perigosos.

Luta contra a corrupção

O combate à corrupção deve começar em cada cidadão.
Em especial, todo o funcionário tem o dever de denunciar os crimes de que tenha conhecimento no exercício das suas funções e por causa delas.
É tempo de se aplicar a lei neste país.
É positiva a iniciativa do governo neste domínio.

Código de Processo Penal
Artigo 242.º
Denúncia obrigatória
"1 - A denúncia é obrigatória, ainda que os agentes do crime não sejam conhecidos:
a) Para as entidades policiais, quanto a todos os crimes de que tomarem conhecimento;
b) Para os funcionários, na acepção do artigo 386.º do Código Penal, quanto a crimes de que tomarem conhecimento no exercício das suas funções e por causa delas.
2 - Quando várias pessoas forem obrigadas à denúncia do mesmo crime, a sua apresentação por uma delas dispensa as restantes.
3 - O disposto nos números anteriores não prejudica o regime dos crimes cujo procedimento depende de queixa ou de acusação particular."

Viva o 25 de Abril!

segunda-feira, abril 23, 2007

Dia Mundial do Livro

A ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE BIBLIOTECÁRIOS, ARQUIVISTAS E DOCUMENTALISTAS INFORMA
DIA MUNDIAL DO LIVRO E DO DIREITO DE AUTOR

Com a celebração deste dia no mundo inteiro, a UNESCO pretende fomentar aleitura, a indústria editorial e a protecção da propriedade intelectualatravés do direito de autor. A 23 de Abril 1616, faleceram Cervantes, Shakespeare e Garcilaso de la Vega"El Inca". Esta data marca igualmente o nascimento ou a morte de grandesautores tal como Maurice Druon, K. Laxness, Vladimir Nabokov, Josep Pla ouManuel Mejía Vallejo. Por este motivo, esta data, tão simbólica para aliteratura universal, foi escolhida pela Conferência Geral da UNESCO paraprestar uma homenagem mundial ao livro e aos seus autores, e incentivar cadaum, em particular os mais jovens, a descobrir o prazer da leitura erespeitar a insubstituível contribuição dos criadores ao progresso social ecultural.A ideia desta celebração teve origem na Catalunha (Espanha), onde étradicional oferecer uma rosa em troca da compra de um livro. O sucessodesta iniciativa depende fundamentalmente do apoio que pode receber dosmeios interessados (autores, editores, livreiros, educadores ebibliotecários, instituições públicas e privadas, organizações nãogovernamentais e medias) mobilizados em cada país através das ComissõesNacionais da UNESCO, das associações, centros e clubes UNESCO, das redesescolares e das bibliotecas associadas, e de todos que se sentem motivadospara participar a esta festa mundial.

Texto de um amigo sobre Otelo

Hoje, dia 22 de Abril tive a grata satisfação do meu herói aqui referido me ter telefonado, dizendo que tinha descoberto este texto na net e me queria agradecer pessoalmente as palavras a Ele dirigidas, pedindo-me apenas uma pequena correcção cronológica no texto. Eu que sou tão pequenino, eu que sou apenas uma centelha do pó das estrelas universal senti-me grande, porque um grande homem ligou a um pequeno texto e teve a necessidade de ligar ao seu desconhecido autor a agradecer-lhe. Sinto-me…Um misto de coisas…Afinal os heróis podem ter rosto humano e ligarem a nós, seres que a história nunca referirá a não ser se por um raro acaso portentoso fizermos parte dela.
Obrigado meu Herói, e se já te admirava, mais admirei ainda por um telefonema que teve todo o significado do mundo para mim.
Miguel Gomes


EU E O OTELO
Na madrugada do dia 25 de Abril de 1974 alguns militares puseram em marcha uma Revolução que acabou pacificamente com perto de 50 anos de ditadura em Portugal. A maior parte destes militares eram idealistas de esquerda que queriam para a nação uma nova era de prosperidade e de paz, no rescaldo da guerra colonial que durou entre 1961-1974.
Com o tempo a ala menos esquerdista da politica acabou por, em eleições livres e democráticas, assumir um poder que nunca mais deixou, sendo que os governos desde então foram rotativamente assumidos pelo Partido Socialista (mas de orientação mais ao centro…) e o Partido Social Democrata (algo liberais mas situados no espectro direitista).
Apesar do sonho ter sido desfeito, os militares aceitaram o resultado das eleições, deixando o povo assumir o comando dos seus destinos e reclamando para si o lugar na história de terem estabelecido uma democracia e não de terem assumido e não largado mais as rédeas do poder.
Foi uma Revolução exemplar, praticamente sem derramamento de sangue, foi um exemplo para a Europa e o mundo de uma transição pacifica duma forma de poder autocrático para uma democracia plena que com o tempo se voltou para a União Europeia e se integrou exemplarmente no espírito dela.
Desde sempre que fui um admirador desta Revolução exemplar. Hoje, quando estava a fazer umas horas de voluntariado numa Associação que preserva a memória da Revolução num espólio cada vez mais rico de documentos e testemunhos quer escritos quer orais, cruzei-me pela segunda vez com o cérebro da revolução de Abril. Chama-se Otelo Saraiva de Carvalho que na madrugada do dia 25 de Abril de 1974 foi ele quem comandou e coordenou as operações e dirigiu as diferentes unidades militares que fizeram cair o poder fascista.
Homem controverso, envolveu-se na política mas nunca foi eleito para cargo nenhum, sendo no entanto um dos ícones da Revolução que eu admirei desde que me lembro de quem sou. Quando decorriam as eleições presidenciais de 1976 a que ele se candidatou, cruzei-me com ele no sul de Portugal onde ele andava a fazer campanha. Claro, eu tinha apenas 5 anos e sabia apenas que era uma espécie de um herói que vi bem perto de mim e ao qual sorri e acenei, incentivado pelos meus pais. Com o tempo aprendi e li o que foi a Revolução e a admiração inicial incutida pelos familiares passou a ser autêntica, genuína, fruto da leitura e do espírito que cultivei desde então.
Hoje, a televisão foi ao Centro, e avisaram-me que o Otelo lá estaria, sendo pois inevitável que o fosse conhecer pessoalmente, mas ele chegou demasiado cedo, estando eu na cozinha a beber um café e a fumar um cigarro quando ouvi a sua voz personalizada à entrada. Acalmei-me, acabei de fumar, pus-me direito e dirigi-me ao meu herói com vontade de o cumprimentar e, se pudesse, lhe dar algumas palavritas…Já sabia que ele era uma pessoa extremamente acessível, mas a sua disponibilidade espantou-me. Apresentei-me como admirador seu e como colaborador itinerante daquele Centro, pedindo-lhe que me esclarecesse algumas dúvidas e mitos da revolução que as minhas leituras e fontes não o tinham conseguido fazer, sendo que de imediato (e no meio de uma enorme azafama de jornalistas e técnicos a cruzarem-se connosco) ele me contou aspectos inéditos da Revolução e da personalidade de alguns dos intervenientes. Salvo erro a conversa durou apenas 15 minutos, mas fiquei orgulhoso por terem sido uns “15 minutos meus, com o meu herói”, homem polémico (mas qual é o herói que não o é…), mas bom, com um bom fundo como o vi quando o olhei bem olhos nos olhos, quando ele me tratou como um igual, sendo Ele uma pessoa que ficou na história, e eu, apenas um pedacinho da essência pó das estrelas que está a tentar ter o seu pequeno lugar no mundo…Segundo me diz a minha mãe, a seguir ao nascimento meu e do meu irmão, o 25 de Abril foi o dia mais feliz da sua vida, e por isso, pela democracia alcançada, pela liberdade em que vivemos, estarei eternamente grato àqueles militares e em especial àquele homem que personifica um espírito cada vez mais raro. No final, sai mais cedo do Centro para ir para casa ver a emissão em directo, perto dos meus a quem a Revolução diz tanto. Cumprimentei toda a gente como é meu hábito e fui ter com o Otelo, apertando-lhe a mão como se o fizesse a um amigo, a um igual, pois somos iguais no sonho de vermos o nosso Portugal prosperar e viver os dias tranquilos que felizmente vivemos, senti-me perto do meu Herói, e enquanto lhe apertava a mão e o olhava nos olhos, desejei vê-lo mais vezes e agradeci-lhe a maravilhosa madrugada de há 33 anos em que ele comandou um grupo de homens simples mas temerários que nos tiraram das trevas e nos levaram para a luz de vivermos em democracia e sem medo, sobretudo de expressarmos as nossas ideias e livre pensamento sem temer que nos prendessem. Nunca mais esquecerei este dia que até foi o dia de anos do meu querido irmão, porque, pela primeira vez na vida conheci pessoalmente um Herói, afinal tão humano como nós e com o qual identifico parte da minha personalidade, não tanto por politiquices mas pela forma simples e sonhadora de estarmos na vida e de tentarmos fazer dessa vida uma bela oportunidade de sermos felizes e realizados, de sermos autênticos, genuínos e não camuflados em receios de sermos criticados. Para mim o Otelo é assim, e é por isso que o sempre admirarei livre e não dogmaticamente, como se admiram os heróis que transformaram as nossas vidas e dos nossos descendentes para sempre.

Miguel Gomes

França: uma lição de democracia

Os abundantes comentadores nacionais e internacionais que se deliciam a anunciar a decadência da França tiveram ontem mais uma noite de tristeza.

Uma abstenção muito baixa para um país onde o voto não é obrigatório.
E uma enorme votação nos chamados candidatos institucionais, da esquerda e da direita.

Le Pen surge envelhecido. A extrema-esquerda não se assume como alternativa credível.

Parabéns aos candidatos da nova geração: Sarkozy, Bayrouth e Royal!

Vêm aí 15 dias de uma extraordinária campanha: sem os milhões de dólares das campanhas americanas. Sem o espectáculo degradante de análise da vida pessoal dos candidatos como é tradição em países anglo-saxónicos.

Com debate sério, aguerrido e sólido em torno de argumentos políticos, de escolhas económicas sociais e culturais, em que se testam as personalidades, e as capacidades de liderança da Sr.ª Royal e do Sr. Sarkozy.

Este tem a seu favor um eleitorado que parece mais virado para a direita, mais ajustado a uma França sempre desejosa do seu Napoleão.

Ontem houve uma grande ganhadora: a República Francesa!

terça-feira, abril 03, 2007

Estatísticas. Para reflectir...

Lista de países por Índice de Desenvolvimento Humano
Portugal em 28.º lugar.

Lista de países por PIB nominal per capita
Portugal em 31.º lugar

Dados da OCDE: Impostos portugueses abaixo da média europeia

Funções do Estado

Uma função fundamental do Estado é a redistribuição da riqueza.
A coesão social é condição de desenvolvimento e prosperidade sócio-económica e cultural.
Os petrodólares nas mãos de poucos ou os diamantes nas mãos de menos ainda nunca fizeram a riqueza de nenhuma nação.
Por isso, os teóricos das finanças públicas da esquerda apresentam maior robustez que as ideias básicas da direita.
A simplista competitividade fiscal e o irresponsável desmantelamento do nosso pequenino Estado Social não serão a solução dos nossos problemas.

Qualificação das pessoas, justiça social e REDISTRIBUIÇÃO DO RENDIMENTO E DA RIQUEZA são a chave do progresso.

segunda-feira, abril 02, 2007

Dá que pensar!

“O mundo árabe encontra-se hoje económica e intelectualmente estagnado a um ponto que teria sido impossível imaginar, tendo em conta o papel histórico que desempenhou no desenvolvimento e na preservação do conhecimento humano. No ano de 2002, o PIB do conjunto dos países árabes era inferior ao da Espanha. Ainda mais preocupante, em Espanha são traduzidos mais livros para espanhol no espaço de um ano do que todos os livros eu o mundo árabe traduziu para arábico desde o século IX.”
Relatório para o Desenvolvimento Humano Árabe das Nações Unidas, 2002, apud, Sam Harris, O Fim da Fé, Religião, Terrorismo e o Futuro da Razão, Lisboa, 2007, p. 144.

domingo, abril 01, 2007

Dezena de Milhar de fascistas à nossa volta

Os democratas e progressistas tiveram ontem uma noite de alguma amargura.
No concurso da RTP, Salazar foi o mais votado (41%). Em segundo lugar ficou Cunhal (19%).
Em terceiro, ficou um humanista, um homem vertical e íntegro, Sousa Mendes (13%), também do século XX.

Os nossos grandes e gloriosos homens históricos do início da nacionalidade, da expansão marítima ou o grande Marquês de Pombal ficaram para trás.

Dezenas de milhar de fascistas andam por aí.

Quem de nós não tem um amigo, um familiar, um conhecido ou um inimigo salazarista?

Eles não se organizam em Partido político por duas razões, uma procedimental e outra material.
A primeira porque não podem. É proibido! Segundo o n.º 4 do artigo 47: “Não são consentidas associações armadas nem de tipo militar, militarizadas ou paramilitares, nem organizações racistas ou que perfilhem a ideologia fascista.”
A segunda porque os partidos actuais albergam no seu seio muitos destes fascistas. O casal Nogueira Pinto teve a frontalidade de se sentar na RTP a dar a cara como defensores de Salazar. Muitos outros lá estavam. E dezenas de milhar votaram.

Foi uma vitória de Pirro destes saudosistas!

Os democratas têm a superioridade moral de os deixar emitir a sua opinião.

Salazar torturou, perseguiu, assassinou.
Salazar protegeu monopólios e oligopólios de algumas famílias (seriam só sete?) que enriqueceram com o regime ditatorial. Mandou os filhos dos outros morrer numa guerra injusta e vergonhosa.
Salazar evitou que o país se desenvolvesse. Recusou o plano Marshall, recusou a liberdade.

“Fátima, Fado e Futebol!” “Deus, Pátria e Família!”
Os homens e as mulheres que defendem este miserável Portugal estão aí.
A luta pela democracia e o progresso tem que continuar!

Salazar foi um português miserável e piores ainda são os cidadãos que votaram nele!

Uma corte muito cara!

Que séquito de “boys and girls” é este?
Impostos altíssimos! Congelamento de salários! Redução de direitos laborais e sociais para isto?

Exigimos explicações! Claras e concisas!

De todos! Barroso, Lopes e Sócrates!

Ou o Tribunal de Contas errou, e isso é gravíssimo porque se trata de um ataque violento ao governo democraticamente eleito!
Ou este Governo “come” tanto ou mais que a Direita e faz inveja à corte de D. João II!

Juíza errou!

A juíza alemã envergonhou o direito alemão e também toda a civilização europeia.
Encontrar uma causa de justificação num texto teológico, sem qualquer referência à lei germânica, aos costumes alemães e aos valores normativos do seu sistema jurídico...!
Muito mal, Senhora Juíza!