A campanha eleitoral para as eleições legislativas de 5 de Junho de 2011 já está na estrada.
Todos os responsáveis políticos deveriam ter em mente o dia 6 de Junho.
O sistema parlamentar que a nossa Constituição acolhe não favorece a existências de maiorias de um só partido. É o normal na Europa.
Mas isso não significa que não seja possível, normal e desejável que se formem Governos com apoio parlamentar de maioria absoluta.
É mesmo fundamental que isso aconteça para que o país possa ter um rumo que gere confiança, previsibilidade e um rumo de crescimento e emprego.
Continuar uma guerrilha política - tantas vezes absolutamente virtual - por mero desejo de aparecer nas televisões é ilusório e nada oferece de positivo ao país.
Estas próximas semanas servem para que cada partido apresente as suas propostas. De forma civilizada, sem insultos e com respeito pelas pessoas que pensam de forma diferente.
Naturalmente, deve haver debate e dramatização intelectual e ideológica das diferenças que separam os projectos.
Mas tenhamos serenidade. O programa do próximo Governo foi delineado pelas instituições internacionais: trata-se agora de o aplicar bem; de o fazer com apoio popular e social; e de ver neste conjunto de reformas uma agenda de transformação do país com os seguintes desígnios fundamentais:
- produção;
- exportação;
- emprego;
- solidariedade.
Donde, os partidos e as forças sociais de centro-esquerda e de centro-direita se devem aliar num esforço de modernização do aparelho produtivo nacional e preservar - reestruturando e reformando - as grandes conquistas de Abril: uma Saúde de qualidade e de acesso público sem discriminações e sem distinções económico-sociais; uma Escola pública e republicana que efective uma verdadeira igualdade de oportunidades.
Por último, em ordem a manter a democracia, urge restaurar a justiça nas relações laborais. Justiça para todos! Também para as gerações mais novas que nem sonham com um contrato de trabalho; com os desempregados e com aqueles que, com mais dificuldade de adaptação às novas exigências laborais, precisam de formação e de encontrar uma nova esperança.
Ganhará as eleições quem mantiver a serenidade e explicar aos portugueses que deseja fazer alianças virtuosas, que consigam ter suficiente apoio popular para uma legislatura muito exigente e de grandes transformações, como a que se segue.
A esquerda democrática tem que manter a humildade e saber que só há progresso com transformação, que só há melhoria da condição humana, com o dinamismo da mudança.
As forças dinâmicas e patrióticas do centro-direita devem assumir as suas responsabilidades e abandonar o ataque ao homem, o insulto infame e a desconfiança dos perdedores.
Se assim for, teremos uma boa campanha; os portugueses ditarão os resultados a 5 de Junho e, no dia seguinte, Portugal poderá voltar a caminhar rumo ao futuro!
No dia em que se registam 24 anos sobre o súbito desaparecimento de um grande cidadão, de um ilustre Professor e distinto Governante, Doutor Carlos Alberto da Mota Pinto, importa afirmar quanta falta fez e faz um homem deste quilate, que em tempos duros e conturbados de 1983-85 soube contribuir decisivamente para dar um rumo de progresso ao nosso país!