Luís Amado afirmou há alguns dias que o Governo apoiaria a candidatura de um português, mesmo que ele fosse da família política Popular.Isto é tanto mais interessante quanto a família Socialista tem, em 2009, condições reais de ganhar as eleições para o Parlamento Europeu.
Será correcto o ponto de vista de Amado (e do Governo de que faz parte)?
Será essa a melhor forma de defender os interesses de Portugal?
Barroso claramente gosta do cargo que ocupa.Nem se pode dizer que tenha sido muito mau Presidente da Comissão. Satisfaz os mínimos. Não desonra Portugal.
O problema é que o nosso Governo deveria ter ideologia. Deveria ser "socialista" e "europeísta". Ora, sendo assim, devemos dar relevo à nacionalidade dos candidatos a Presidente da Comissão? Ou isso deveria ser um assunto indiferente?
Aparentemente, a Europa ainda está agarrada aos Estados e às Nações. Ainda será cedo para colocar a família política acima dos vínculos de nacionalidade.
Acredito, porém, que o rumo da História vai no sentido contrário...
Portugal e um Governo do PS andariam melhor se defendessem estratégias diferentes. Ou seja: até poderiam defender a candidatura de Barroso por entenderem que ele tem desempenhado bem o seu papel. Mas apenas - ou sobretudo - por ser português, parece-me, sinceramente, muito saloio.