Prepara-se um Verão quente.
O PCP ataca com toda a força. A raiva que lhes vai na alma é a marca de décadas de divergência. O que separa o PCP do PS é um fosso, um abismo, um rio fundo sem pontes.
O PCP continua na posição confortável de ser contra o sistema: contra o sistema capitalista, contra a democracia formal, contra a remuneração do capital e do risco, contra - numa palavra - o "thimos", de que falava Hegel.
A alegria do Senhor Jerónimo e do Doutor Carvalho é terem 70.000, 120.000, 200.000 pessoas a descer a AV. da Liberdade e gritar '25 de Abril, sempre!'
Eles... que queriam desvirtuar e destruir o cravo da Liberdade!
São esses gritos e essas marchas que vão atrair empresas? Que vão criar postos de trabalho? Que vão estimular o dinamismo dos poucos portugueses que têm ambição e espírito empreendedor?
O objectivo é só um: quanto pior, melhor.
Chegar aos 12%, sonhar com os 14%... ganhar mais umas Câmaras...
Enfim, uma estratégia de sobrevivência política, de distribuição de lugares e influências, aguardando pelos amanhãs que cantam.
Uma cantilena triste e sombria...
A coligação em Lisboa desfez-se. Anos e anos de clara maioria à esquerda do PSD saldaram-se por pouco, muito pouco...
Do outro lado, o panorama é distinto.
O PSD tem agora uma boa equipa.
Com pessoas respeitáveis e indubitavelmente bem preparadas.
Ninguém, de boa fé, pode ficar indiferente ao chamamento de figuras como Mota Pinto, António Borges ou Paulo Rangel para o primeiro plano da política no centro-direita.
O desafio para Sócrates e para o PS é agora mais sério e exige maior rigor.
O PS tem que ser capaz de se reconstruir, de criar uma dinâmica nova, não perdendo tempo com algumas figuras bassas e pouco prestigiadas do passado.
Precisamos dos nossos melhores para reformular propostas, para repensar o país e construir um programa de transformação económica, social, política e cultural.
Um PS amigo da liberdade, um PS que aposte em criar um ambiente favorável às empresas modernas e criadoras de riqueza nacional e que se bata por uma sociedade mais justa e coesa. Um Portugal culturalmente aberto e inovador!
Esta nova vida, este novo ciclo do PS e de Sócrates é já uma vitória para Portugal.