Do interessante debate plural (com especialistas com formações académicas distintas, com defensores de várias opções e de diferentes quadrantes partidários) que teve lugar hoje na Faculdade de Economia foi possível tomar nota dos seguintes factos:
Temos hoje 10 a 12 milhões de passageiros/ ano. Em 2030 serão 20 a 30 milhões.
2,7 milhões de habitantes vivem a menos de 30 minutos da Ota, contra 1 a 1,2 milhões de habitantes para Rio Frio.
92% dos passageiros da Portela habitam a norte do Rio Tejo.
O aeroporto internacional de Lisboa serve 5 milhões de pessoas: 4 milhões vivem a Norte do Tejo, 1 milhão a Sul.
O aeroporto da Ota terá uma área disponível de ampliação cerca de 10 vezes maior que a Portela.
O aeroporto da Ota terá capacidade para ser de categoria A, isto é, para mais de 25 milhões de passageiros/ano.
O aeroporto da Ota potencia o crescimento económico – para além da grande Lisboa – da região do Oeste, do Vale do Tejo e de parte do Centro.
De todo o investimento apenas 5% será do Estado. Será gerido por privados.
Entre o Tejo e o Sado situam-se várias áreas protegidas. A importante presença de aves prejudica/ impede a construção de um aeroporto internacional.
A construção a Sul implica a construção de mais uma ou duas pontes sobre o Tejo. Alguém teria de pagar as portagens: o utente ou o contribuinte.
A construção na Ota é mais cara. Implica importantes obras de engenharia. Mas mais simples que uma travessia sobre o Tejo.
A construção a Sul implica a construção de uma cidade de apoio ao aeroporto. Na Ota há uma base urbana constituída.
Conclusão:
A pergunta não deve ser: “onde se constrói o aeroporto mais barato?”
Antes deve ser: “onde se constrói o aeroporto que melhor serve as populações, o ambiente e o desenvolvimento económico?”